Yoga Vivo
Yamas e Niyamas
Hoje em dia muita coisa é banalizada, coisas que tem um "timing" diferente acabam se perdendo pelo caminho. O que era para ser mais vivido internamente acaba ficando superficial e a essência acaba ficando pelo caminho ou se perdendo.
Uma pergunta que ouço muito de várias pessoas, não só de meus alunos é "yoga é religião?"... ou "yoga é filosofia?". Se buscarmos na internet, em livros e em diversas fontes encontraremos respostas muito dispares, ou até mesmo respostas que acharemos sermos semelhantes.
Não entrarei agora em definições, traduções e transliterações do que significa a palavra yoga. Daqui a alguns dias entraremos em uma nova estação do ano, no outono, que nos convida à introspecção, a olharmos mais para dentro de nós mesmos, talvez até por isso, depois de tanto tempo eu me senti voltando para muitas coisas, muitos planos dentro de mim mesma. Voltando inclusive para "casa".
Yoga é religião? é filosofia? Posso praticar yoga só como uma ginástica, sem me aprofundar? Pedro Kpfer disse que o yoga não era como um interruptor que poderia ser ligado e desligado - creio que foi uma sacada muito grande de como podemos começar a olhar para, através do yoga e de nós mesmos. O yoga é uma filosofia de vida, é algo que você faz porque você quer fazer, não porque simplesmente quer ficar bonito ou bonita, quer emagrecer, acalmar-se... ou outro motivo qualquer! É algo visceral, integral, mas que exige muita dedicação e auto-observação.
Nós os ocidentais, temos a religião cristã com uma certa dominância, ou ao menos quase todos já ouvimos falar nos dez mandamentos do catolicismo. Eu costumo dizer "os nãos", pois os dez mandamentos nos dizem o que não devemos fazer. Já os Yamas e Niyamas possuem "os nãos" e "os sims". Eles foram descritos por Patãnjali, no Yoga Sutra, e correspondem à moral e a ética. Os yamas estão mais relacionados com a moral sadia. Yamas, em sânscrito, significa morte, ou seja, devemos deixar morrer determinadas coisas dentro de nós mesmos, para que coisas melhores brotem, renasçam numa consciência maior. Niyamas, são aspectos internos, subjetivos, que precisam ser cultivados para que uma consciência maior aflore em nós!
Condutas externas e internas devem estar alinhadas, devemos estar inteiros e verdadeiros, o que fazemos deve estar em sintonia com o que pensamos, o exterior deve refletir nosso interior, assim nos tornamos mais próximos de um yoga vivo através de nós mesmos!
Yamas:
Ahimsa - não violência
Satya - não mentir
Asteya - não roubar
Brahmacharya - não dissipação da sexualidade
Aparigraha - não possessividade
Viram porque chamo de os "nãos"? São princípios, condutas internas, visando a integridade do "eu".
Niyamas:
Saucha: pureza
Santosha: contentamento
Tapas: auto-esforço
Svadyaya: auto-estudo
Isvhuara pranidhana: entrega ao absoluto
Om Shanti!
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